Tuesday, April 12, 2011

Para quem já esteve aprisionado

Hoje eu me vi diante de um pet shop. Comecei a refletir sobre a cena ao meu redor: diferentes formas de reagir ao fato de se estar preso. Alguns cachorrinhos "melancólicos", quase inertes, pareciam ter sucumbido à sua sentença. Outros aparentavam estar contentes com seu entorno. "Pode essa reação ser considerada alegria?" eu me pergunto. Provavelmente é um modo de reagir ao destino, uma mera válvula de escape criada pelo instinto de sobrevivência perante o aprisionamento. Não seria essa a mesma atitude de muitas pessoas que se conformaram com suas vidas e desistiram de seus sonhos? Podemos, certamente, nos identificar com aqueles animais presos.
O que seria melhor para eles? Soltá-los e deixá-los explorar o mundo ou mantê-los na redoma segura à espera de um salvador? Um dia esses cachorrinhos provavelmente sairão da zona de conforto desconfortável, de seu espaço familiar por imposição e desbravarão o desconhecido. E se eles pudessem refletir sobre seu passado, provavelmente diriam "quanto tempo desperdiçado"; ou, então, afirmariam "que bom vivi aprisionado, pois hoje eu sei a diferença...já conheço o sabor da liberdade".